"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Brasil pode ter o primeiro casal de beatos: Zena e Jerônimo

Jornal Nacional - Edição do dia 20/01/2014
20/01/2014 21h50 - Atualizado em 20/01/2014 21h53


O casal era rico, dono de uma fazenda de café na época da escravidão e eram considerados um exemplo de bondade.

O Brasil pode ter o primeiro casal de beatos. Eles viveram nos séculos 19 e 20, no Rio de Janeiro, e tiveram uma vida totalmente dedicada à igreja e à caridade.
A cidade estava em festa e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, aproveitou as celebrações de São Sebastião, padroeiro do Rio, para anunciar o início do processo de beatificação do casal Zélia e Jerônimo.
“Por onde passavam deixaram um rastro muito bonito de vida cristã exemplar”, afirma Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro.
Jerônimo de Castro Abreu Magalhães nasceu em Magé, na Baixada Fluminense, em 1851.
Zélia Pedreira Abreu Magalhães, em Niterói, no ano de 1857.

O casal era rico, dono de uma fazenda de café na época da escravidão e eram considerados um exemplo de bondade.
“Todos aqueles que os serviam, e nesse período eram os escravos, 500 escravos, mas todos eles tinham salários, todos eram tratados com dignidade, tinham moradia. A grande preocupação não era acumular dinheiro”, ressalta Dom Roberto Lopes, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
O casal teve 13 filhos. Quatro morreram e os outros 9 escolheram a vida religiosa e se tornaram padres ou freiras. Zélia depois de viúva também seguiu o caminho dos filhos e entrou para um convento. Pela dedicação à caridade e à religião, Zélia e Jerônimo podem se tornar o primeiro casal brasileiro a ser beatificado.
Os restos mortais dos dois foram apresentados aos fiéis e levados em procissão até uma igreja na Zona Sul do Rio. Lá vão ficar até o fim do processo de beatificação.
Esse é o sonho de Dona Cecília, sobrinha neta do casal. Ela conta que a mãe dela pediu a tia Zélia que a curasse de uma infecção grave na época e foi atendida.
“Quando ela acabou o terçou, ela ouviu a voz da tia Zélia dizendo: ‘valeu’. Quando chegou de manhã, disse: ‘meu Deus, não fui ver Cecilia’. E foi correndo no meu quarto e as placas que estavam na garganta tinham caído, desaparecido”, conta Cecília de Britto Pereira, sobrinha-neta de Zélia.
A partir de agora, a história de Zélia e Jerônimo vai ficar mais conhecida. E o casal já conquista novos devotos.
“A vida deles toda foi servindo a Deus, então é muito bonito”, diz uma mulher.
Nesta primeira etapa, a Arquidiocese do Rio vai recolher documentos e ouvir testemunhas. Depois, encaminhar ao Vaticano. A beatificação depende de um milagre.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/brasil-pode-ter-primeiro-casal-de-beatos-zelia-e-jeronimo.html