"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Novas vozes de defesa da família: o desprezo do casamento tem custo alto


ROMA, 2011 (ZENIT.org) -

A família é a pedra fundamental da sociedade e o melhor instrumento para o bem-estar dos indivíduos.
Estas afirmações são comuns nas fontes católicas, baseadas na antropologia cristã. Mas não é tão comum ouvi-las no mundo laico.
Porém, um relatório recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reproduziu precisamente estas afirmações.
Em nota para a imprensa a propósito do relatório, publicada em 27 de abril, a OCDE afirma que as famílias são uma fonte essencial de apoio econômico e social para as pessoas, além de instrumento crucial de solidariedade.
“As famílias proporcionam identidade, amor, cuidado, alimento e desenvolvimento para os seus membros e formam o núcleo de muitas redes sociais”.
O relatório, intitulado “Garantir o Bem-Estar das Famílias”, reconhece ainda que a pobreza está aumentando nas famílias com filhos em quase todos os países membros da OCDE.
Os pais também têm dificuldades para combinar o trabalho com os compromissos familiares. O relatório pede que os governos adotem políticas de apoio às famílias, dando assistência e ajuda econômica mediante iniciativas como mais flexibilidade laboral para os pais. Segundo a OCDE, o gasto público médio em auxílios familiares representa pouco mais que 2,2% do PIB nesse grupo de países.
Uma das áreas em que poderia ser feito mais é a do incentivo à natalidade. Muitas famílias querem mais filhos, aponta o relatório, e em vários países as pessoas têm menos filhos do que gostariam.
As taxas de natalidade dos países da OCDE caíram significativamente nas últimas décadas, chegando hoje a 1,7 filhos por mulher.
Países com nível mais alto de fertilidade dão mais apoio aos nascimentos, tanto através de pagamentos em dinheiro quanto por meio de serviços para as famílias com filhos pequenos. As políticas de trabalho de tempo parcial para as mães também ajudam as famílias a harmonizar com mais eficácia o emprego e o cuidado dos filhos.
Apoiar as famílias não traz resultados bons somente para os pais. “O bem-estar das crianças está ligado ao da família. Quando as famílias prosperam, as crianças prosperam”.

Pesquisa no Reino Unido
Um estudo recente no Reino Unido ressalta a importância da vida familiar. Foram publicados em fevereiro os resultados de uma pesquisa de 2009, feita em 40.000 domicílios pelo Institute of Social and Economic Research da Universidade de Essex.
O estudo abrange uma gama ampla de assuntos, mas um dos capítulos se concentra na família. Entre os resultados, os seguintes destaques:
- Casar torna os casais notavelmente mais felizes do que apenas morar juntos.
- A satisfação dos jovens com sua situação familiar é claramente ligada à qualidade das relações dos seus pais. Nas famílias em que a mãe não é feliz no relacionamento, só 55% dos jovens se dizem "completamente satisfeitos" com sua situação familiar, em contraste com 73% dos jovens cujas mães são "muito felizes" no relacionamento.
- Filhos de pais solteiros são menos propensos a se considerar plenamente felizes com a própria situação familiar.
- Crianças que não discutem com nenhum dos pais mais de uma vez por semana têm um nível de felicidade maior do que aquelas que têm discussões frequentes. A pesquisa também descobriu que a felicidade das crianças melhora quando elas conversam frequentemente sobre temas importantes com os pais.
- Também é importante jantar em família. As crianças que jantam com a família pelo menos três vezes por semana são mais propensas a se considerar plenamente felizes do que aquelas que vivem essa experiência menos de três vezes por semana.

Qualidade
Outro estudo recente, feito pela organização Child Trends e publicado nos Estados Unidos em 8 de abril, examina a influência exercida nas crianças pela qualidade do relacionamento de seus pais.
Com o título “Qualidade da Relação dos Pais e Resultados dos Filhos por Subgrupos”, o estudo analisa as respostas de mais de 64.000 pais com filhos de 6 a 17 anos.
A qualidade da relação dos pais é “associada de modo contínuo e positivo a uma série de resultados da criança e da família”. Esses resultados incluem problemas de comportamento, rendimento escolar e comunicação pais-filhos.
Segundo o estudo, as pesquisas dos últimos anos sugerem que as relações de mais qualidade dos pais tendem a propiciar, nos filhos, atitudes mais positivas para com o casamento, o que torna mais provável que eles próprios venham a ter casamentos de boa qualidade.
Elizabeth Marquardt, diretora do site FamilyScholars.org e autora de um livro sobre os efeitos do divórcio nos filhos, lamenta, a respeito deste estudo, a omissão quanto à influência do estado marital nas crianças.
Marquardt afirma que o aprofundamento das tabelas e das estatísticas sobre o tipo de relação familiar proporciona uma interpretação mais adequada dos resultados. Quando detalha o tipo de família, a enquete mostra que os enteados têm o dobro de probabilidade de apresentar problemas de comportamento em comparação com as crianças que moram com seus pais casados. Os problemas aumentam para as crianças que moram com casais amasiados: eles têm quase três vezes mais probabilidade de apresentar problemas de comportamento.
As diferenças de situação marital dos pais repercutem ainda em outros parâmetros, como as relações sociais e o comportamento escolar dos filhos.
Marquardt menciona também que os resultados do estudo mostram que a qualidade da relação entre os adultos depende do fato de estarem casados ou não. A maior estabilidade e durabilidade de um casal casado são de grande ajuda para os filhos.

O casamento é bom
Mesmo não sendo nova a notícia de que o casamento é bom tanto para os casais como para os filhos, ela continua sendo confirmada pelas pesquisas. No início do ano, o doutor John Gallacher e David Gallacher, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, publicaram em artigo no BMJ Student.
Uma reportagem publicada no dia 28 de janeiro pelo jornal Independent analisava, partindo dos dados dos pesquisadores, se o casamento é bom para a saúde.
“A conclusão é que, medicamente falando, o grupo mais longevo é o dos casados”, comentou o Dr. Gallacher.
Seu trabalho fazia referência a um estudo que envolvia milhões de pessoas em sete países europeus. Mostrava que, em média, os casais casados vivem em média 10% a 15% mais.
Quando se trata das crianças, Kay S. Hymowitz, em um artigo publicado no Los Angeles Times no dia 11 de novembro, afirma que as relações instáveis são mais prejudiciais para as crianças do que a pobreza.
Hymowitz se baseava no material publicado na edição de outono da revista Future of Children. Os artigos da revista eram a conclusão de um estudo sobre 5.000 crianças nascidas em áreas urbanas, entre populações de minorias.
O estudo acompanhou crianças que nasceram no fim dos anos noventa. Ao nascer, a metade dos casais vivia junto, sem estar casado, ainda que declarasse a intenção de casar. No entanto, cinco anos depois, só 15% desses casais tinham se casado. 60% tinham rompido.
Muitas das famílias desfeitas tinham problemas econômicos, e os filhos tinham pouco contato com seu pai biológico.
O estudo mostra que as crianças com mães solteiras tinham mais problemas de comportamento do que aquelas com o pai e a mãe casados. Os problemas pioram quando há rupturas e novas relações.
Os governos responderão ao apelo da OCDE pelo aumento do apoio às famílias? O custo de não fazer isso é muito alto.

Autor:
Por Pe. John Flynn, L.C.
Fonte: Zenit.org

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Apresentado o Encontro Mundial das Famílias 2012

Evento será realizado em Milão

ROMA, quarta-feira, 25 de maio de 2011 (ZENIT.org) -

Começou a contagem regressiva para o evento que transformará Milão na capital mundial da família entre 29 de maio e 3 de junho de 2012.
Ali acontecerá o Encontro Mundial das Famílias, um acontecimento desejado por João Paulo II em 1994, e que nesta edição tem como tema: “A família: o trabalho e a festa”.
A um ano do acontecimento, a Sala de Imprensa vaticana acolheu nessa terça-feira uma conferência de apresentação do documento publicado pela Libreria Editrice Vaticana que recolhe o tema do encontro e oferece as trilhas de reflexão para sua preparação.
O documento foi publicado em italiano, inglês, espanhol, francês, alemão, português e polonês. Reúne dez catequeses bíblicas, modeladas sobre a forma da lectio divina, acompanhadas por textos do magistério. O material encerra com perguntas para os casais e para os grupos familiares e as comunidades.
Tudo isso junto a obras artísticas que ilustram os principais conteúdos: da Sagrada Família de Rembrandt ao Grupo Familiar de Henry Moore, ou as Bodas de Caná de Paolo Veronese.
Os textos das catequeses, realizados pela diocese de Milão e pelo Conselho Pontifício para a Família, articulam-se em três grupos: família, trabalho e festa.
Durante a coletiva de imprensa, o cardeal Dionigi Tettamanzi, arcebispo de Milão, afirmou que este subsídio articula “o caminho de tantas dioceses no mundo e quer ser um instrumento útil não só para as iniciativas da pastoral familiar e do trabalho”.
“A questão – explicou é que o trabalho e a festa são dimensões antropológicas de todo lugar e de todo tempo e incidem sobretudo na estruturação da família. Nosso ser católicos converte-se assim em um modo singular e original – segundo a verdade do Espírito do Senhor Jesus – de viver desafios que são extamente os de cada família”.
Dom Franco Giulio Brambilla, bispo auxiliar de Milão e coordenador do grupo para a redação das catequeses preparatórias, explicou que as palavras “família, trabalho e festa formam um trinômio que parte da família para abri-la ao mundo: o trabalho e a festa são formas como a família vive o ‘espaço’ social e o ‘tempo’ humano”.
“As catequeses – explicou o bispo – tentam desfazer o nó do tema da tensão entre família e sociedade. A família tende a viver seu próprio mundo na esfera privada e a sociedade pensa-se e projeta-se como um conjunto de indivíduos”.
“À vida civil – destacou – custa levar em conta os vínculos sociais que a precedem, e empurra a família para seu regime de segregação, enquanto que a experiência familiar vive a fragilidade e é particularmente vulnerável aos processos sociais, em particular os que incidem na vida cotidiana, como o trabalho e o tempo livre. Portanto, as catequeses partem da vida cotidiana para abri-la ao mundo”.
“Assim – prosseguiu o bispo auxiliar de Milão – as atuais relações familiares, por um lado, devem-se colocar de forma realista nas formas atuais com as que o trabalho e o tempo livre influenciam na vida de casal e a educação dos filhos.”
“Por outro lado, poderão se converter em ocasião para transformar o mundo mediante o trabalho e para humanizar o tempo mediante o sentido cristão da festa, em particular do domingo.”
Por sua parte, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família,  destacou que no Encontro Mundial se dará um espaço especial para as crianças, de modo que passa acontecer “quase um congresso paralelo para elas”.
Ele disse que os dois últimos dias do evento contarão com a presença de Bento XVI, que presidirá às celebrações culminantes.
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Na internet: http://www.family2012.com/

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bodas - 35 anos.


Sábado, dia 29 de Maio de 1976, mês dedicado a Virgem Santíssima, às dezoito horas ao som da Ave Maria, se realizava as nossas Bodas com a celebração da Santa Missa.
Deus nos agraciou com este momento indescritível...
Até hoje sentimos a presença de Deus e da Virgem Santíssima, derramando muitas bênçãos e graças em nossa vida, dando-nos força, coragem e muita garra para enfrentarmos todas as provações da vida.
Somos gratos a Deus por tudo o que "Ele" nos permite realizar e por todos os amigos que fizeram e fazem parte do nosso dia-a-dia.
Que Deus nosso Tudo junto com a nossa Mãe do Céu, continuem derramando muitas bênçãos e graças, não só sobre nós, mas também, sobre todos os casais e de um modo especial aqueles que estão começando uma vida a dois.


Fernando e Sonia, um casal carmelita
(OCDS do Rio de Janeiro-RJ)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Castidade é sim ao amor e não é um não aos prazeres, diz Papa



O Papa Bento XVI recebeu em audiência os participantes de um encontro promovido pelo Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre Matrimônio e Família. O encontro aconteceu na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano na manhã desta sexta-feira, 13.

Ao explicar a linguagem do corpo, o Papa explicou que, após a criação de Adão, segue a de Eva. Assim, a carne recebida de Deus é chamada a tornar possível a união de amor entre o homem e a mulher e transmitir a vida. Antes da Queda, os corpos de Adão e Eva aparecem em perfeita harmonia.

"A união em uma só carne se faz então união de toda a vida, até que o homem e a mulher tornem-se também um só espírito. Abre-se assim um caminho em que o corpo nos ensina o valor do tempo, da lenta maturação no amor. Nessa luz, a virtude da castidade recebe novo sentido. Não é um 'não' aos prazeres e à alegria da vida, mas o grande 'sim' ao amor como comunicação profunda entre as pessoas, que requer o tempo e o respeito, como caminho conjunto rumo à plenitude e como amor que torna capaz de gerar vida e de acolher generosamente a vida nova que nasce".

Bento XVI recordou que pouco após a morte do pintor Michelangelo [quem pintou a Capela Sistina], Paolo Veronese foi chamado pela Inquisição com a acusação de ter pintado figuras inapropriadas em torno da Última Ceia. O pintor respondeu que também na capela Sistina os corpos eram representados nus, com pouca reverência. Foi então que o próprio inquisidor saiu em defesa de Michelangelo com uma resposta que se tornou famosa: "Não sabeis que nessas figuras não há nada além de espírito?".

"Demanda trabalho compreendermos essas palavras, porque o corpo nos aparece como matéria inerte, pesada, oposta á consciência e à liberdade próprias do espírito. Mas os corpos pintados por Michelangelo são habitados pela luz, vida, esplendor. Desejava mostrar que os nossos corpos escondem um mistério. Nesses, o espírito se manifesta e opera", explicou o Santo Padre.

Se os corpos humanos são chamados a ser corpos espirituais, como diz São Paulo (cf. 1Cor 15,44), pode-se então perguntar, como propõe o Bispo de Roma: pode esse destino do corpo iluminar as etapas de seu caminho? Se o nosso corpo é chamado a ser espiritual, não deverá ser a sua história aquela da aliança entre corpo e espírito? "De fato, longe de opor-se ao espírito, o corpo é o lugar onde o espírito pode habitar. À luz disso é possível compreender que os nossos corpos não são matéria inerte, pesada, mas falam, se sabemos escutar, a linguagem do amor verdadeiro", expressou.


Linguagem do amor verdadeiro
Bento XVI explica que a primeira palavra dessa linguagem encontra-se na criação do homem. O corpo fala de uma origem que não foi conferida pelo homem a si mesmo. Nessa perspectiva, o corpo "porta em si um significado filial, porque nos recorda a nossa geração, que chega, através de nossos genitores que nos transmitiram a vida, a Deus criador. Somente quando reconhece o amor originário que lhe deu a vida, o homem pode aceitar a si mesmo, pode reconciliar-se com a natureza e com o mundo".

No entanto, também é verdadeiro que o corpo contém uma linguagem negativa: fala da opressão do outro, do desejo de possuir e desfrutar. "Todavia, sabemos que essa linguagem não pertence ao projeto originário de Deus, mas é fruto do pecado. Quando se desprender do seu sentido filial, da sua conexão com o Criador, o corpo se rebela contra o homem, perde a sua capacidade de fazer transparecer a comunhão e torna-se terreno de apropriação do outro. Não é talvez esse o drama da sexualidade, que hoje permanece reclusa no círculo restrito do próprio corpo e na emotividade, mas que na realidade pode completar-se somente no chamado a ser algo de maior? A esse olhar João Paulo II falava da humildade do corpo", destacou.

O Sucessor de Pedro salientou que a Queda original não é a última palavra sobre o corpo na história da salvação. Deus oferece ao homem também um caminho de redenção do corpo, cuja linguagem é preservada na família. "A família, eis o lugar onde a teologia do corpo e a teologia do amor se entrelaçam. Aqui se aprende a bondade do corpo, o seu testemunho de uma origem boa, na experiência de amor que recebemos dos genitores. Aqui se vive o dom de si em uma só carne, na unidade conjugal que une os esposos. Aqui se experimenta a fecundidade do amor, e a vida se entrelaça àquela de outras gerações. É na família que o homem descobre a sua relacionalidade, não como indivíduo autônomo que se autorrealiza, mas como filho, esposo, genitor, cuja identidade se funda no ser chamado ao amor, a receber-se dos outros e a doar-se aos outros".

A plenitude do caminho da criação acontece na Encarnação, com a vinda de Cristo. Deus assumiu o corpo e revelou-se nele. É aí que, de acordo com o Papa, o movimento do corpo em direção ao alto é integrado a um outro movimento mais originário, aquele humilde de Deus que se abaixa em direção ao corpo, para depois elevá-lo a si.

"Como Filho, recebeu o corpo filial na gratidão e na escuta do Pai e doou esse corpo por nós, para gerar assim o corpo novo da Igreja. A liturgia da Ascensão canta essa história da carne, pecadora em Adão, assumida e redimida por Cristo. É uma carne que se torna sempre mais plena de luz e de Espírito, plena de Deus. Aparece assim a profundidade da teologia do corpo. Essa, quando é lida no conjunto da tradição, evita o risco da superficialidade e consente colher a grandeza da vocação ao amor, que é um chamado à comunhão das pessoas na dúplice forma de vida da virgindade e do matrimônio".


Instituto
O Pontífice lembrou que as "Catequeses sobre o amor humano" foram particularmente confiadas por João Paulo II ao Instituto para o estudo, pesquisa e difusão. "Conjugar a teologia do corpo com aquela do amor para encontrar a unidade do caminho do homem: eis o tema que gostaria de indicar-vos como horizonte para o vosso trabalho", disse.

Ele também recordou que o Instituto e o Pontifício Conselho para a Família foram instituídos ao mesmo tempo, há trinta anos, pelo Beato João Paulo II, prova de como ele estava convencido da importância decisiva da família para a Igreja e a sociedade.

Por fim, o Pontífice destacou que o Instituto é colocado sob a proteção de Nossa Senhora, em cujo corpo de mulher "tomou corpo aquele Amor que gera a Igreja. A Mãe do Senhor continue a proteger o vosso caminho e a tornar fecundo o vosso estudo e ensinamento, a serviço da missão da Igreja para a família e a sociedade".

 
Autor: Leonardo Meira, Da Redação da Canção Nova Notícias

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A retomada de valores cristãos na Hungria

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“Os tempos discorrerão na direção que decidamos imprimir-lhes. Nenhuma lei histórica condena as sociedades a ‘progredir’ indefinidamente para a anomia e a dissolução de vínculos”

"O Parlamento de Budapest aprovou em 18 de abril passado a nova Constituição da Hungria. O texto apresenta uma série de traços de máximo interesse, embora insólitos na Europa atual. A nova Constituição é tão politicamente incorreta que parece um milagre (não é de se estranhar que a imprensa “progressista” ande rasgando as roupas por causa disso).


A Constituição reconhece explicitamente a importância do passado cristão na forja da identidade húngara. Quer dizer, adota uma postura diametralmente oposta à que caracterizou a abortada Constituição européia (que omitiu qualquer menção ao Cristianismo, embora citasse a Grécia, Roma e o Iluminismo). A Hungria não participa, pois, da patológica atitude de auto-negação histórico-cultural que caracteriza muitos países ocidentais. Reconhecer as raízes cristãs não é mais do que um ato de justiça histórica: é uma profissão de fé (de fato, a Hungria é hoje em dia um dos países mais descristianizados).


A grande badalada, entretanto, vem com os artigos que proclamam que o Estado protegerá “a instituição do matrimônio como uma comunidade de vida entre um homem e uma mulher” e que “a vida do feto deverá ser protegida desde o momento da concepção”. A Hungria blinda o caráter heterossexual do casamento (adiantando-se a possíveis pressões da União Européia em favor de sua ampliação aos casais do mesmo sexo) e se incorpora ao pequeno grupo de Estados europeus que reconhecem o direito à vida dos seres humanos não-nascidos. O primeiro artigo é uma mostra de senso comum (todas as culturas, em todos os tempos, sabiam que as leis deviam promover a convivência estável entre homem e mulher... porque só daí surgem filhos. A proteção especial dispensada à associação de homem e mulher - a única fértil - não implica que outras formas de associação sejam proibidas). O segundo, uma injeção de esperança para a causa pró-vida: a cultura da morte não é irreversível em menos de 20 anos, dois importantes países europeus (o primeiro foi a Polônia em 1993) passaram do aborto livre a uma regulação restritiva. Os “progressistas”, na falta de melhores argumentos, terminam amiúde dizendo que o casamento gay e o aborto livre são inevitáveis porque “a sociedade mudou” e “os tempos exigem”. Não, os tempos não exigem nada. Os tempos discorrerão na direção que decidamos imprimir-lhes. Nenhuma lei histórica condena as sociedades a “progredir” indefinidamente para a anomia e a dissolução de vínculos.


A Hungria que desenha a nova Constituição não é um Estado neo-fascista. As liberdades democráticas e a separação Igreja-Estado ficam claramente consagradas. A Hungria é, simplesmente, um país que quer sobreviver e portanto promove a vida, penalizando sua destruição na fase pré-natal e promovendo o “eco-sistema” natural da vida insipiente (a convivência estável entre homem e mulher).


Quem lê “a Hungria quer sobreviver” pensará: que exagero! Não, em absoluto não é. Quase toda a Europa tem umas perspectivas demográficas sombrias, porém nos países eslavos estas são especialmente aterradoras. Com taxas de fertilidade que oscilam entre 1.2 e 1.5 filhos/mulher (o índice de substituição geracional é 2.1) e privados da imigração que, na Europa ocidental, atenua (embora insuficiente e transitoriamente) os efeitos da greve de ventres, os países da Leste Europeu parecem expostos ao desastre em poucas décadas: colapso sócio-econômico por insustentabilidade do sistema de bem-estar (quem pagará as pensões e a saúde quando hajam quase tantos aposentados quanto ativos?). É o mesmo futuro que aguarda a Espanha (1.3 filhos/mulher). A imigração não solucionará (as taxas de natalidade estão caindo também na América hispânica e no Magreb: logo já não terão excedentes de população que exportar, e ambos crescem economicamente mais rápido do que a Espanha: à medida que se encurte a diferença de renda, diminuirá o incentivo para emigrar).


Nesse contexto, resulta do máximo interesse a possibilidade - necessita de desenvolvimento legislativo - aberta pelo Art. XXI.2 da Constituição húngara: um sistema de sufrágio ponderado que atribua às mães tantos votos quantos filhos tenham a seu encargo. A medida seria revolucionária (rompe com o princípio “um homem, um voto”), porém a Europa pós-familiar e pós-natal necessita de tratamento de choque. E, além da aparente desigualdade que introduz, ela não deixa de ser justa: atribui maior capacidade de incidência na determinação do futuro do país àqueles que, tendo filhos, tornam possível que esse futuro exista.


Por que se afundou a natalidade na Europa recente (a sociedade mais próspera da História)? Creio que a causa principal é a generalização de uma mentalidade hedonista que considera os filhos uma carga (se o sentido da vida reside em passá-lo bem, para que encher-se de filhos?) e de uma ética amorosa que exclui o compromisso definitivo e garante a perpétua renovabilidade do casal (quase ninguém decide ter filhos com parceiro provisório). A sociedade deveria reverenciar e proteger o máximo possível aos “últimos pais”: a fração minguante de população que ainda faz a “antiquada” aposta de se casar e ter filhos. Um homem e uma mulher que deixam poupanças e juventude para cuidar de seus filhos, prestam ao país um serviço insubstituível (que não presta, em troca, o solteiro de ouro que prefere passar as férias no Caribe). Esse serviço deve ser reconhecido fiscal, simbólica e até politicamente. A Europa leva, literalmente, a vida nisso."


Do Artigo "Viva a Hungria!"
Autor: Francisco José Contreras, Catedrático de Filosofia do Direito.
Tradução: Graça Salgueiro

segunda-feira, 2 de maio de 2011

S.O.S. Casamento estreia com a missão de salvar casais em crise


Estréia nesta sexta-feira, dia 6 de maio, as 20:30hs no SBT, o programa da psicóloga e sexóloga Ana Canosa. O programa chama-se SOS Casamento e vai tratar de casais em crise. Ana Canosa tenta ajudar os casais e reconciliá-los.
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Ela vê esse trabalho como um desafio, está adorando a experiencia e percebe que tem ajudado os casais em crise a perceberem seus principais conflitos e a buscar soluções. As situações são verídicas e já gravou com 6 casais. A profª. Ana afirma que tem conseguido um bom resultado.
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Frei Wilson Gomes, ocd, foi ex-aluno dela e gostava muito de suas aulas e também de sua pessoa. Ela trabalha com os salesianos em São Paulo, na Unisal. Ele indica o programa e pensa que não serão tratadas questões religiosas ou teológicas, já que a área dela é a psicologia, mas deve dar muitas dicas sobre relacionamento matrimonial.
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Vejam a notícia da estréia do programa no site do SBT: http://www.sbt.com.br/noticias/?c=7802
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