"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Lugi e Maria: um matrimônio santo




"Em meio a uma multidão de famílias, os esposos Luigi e Maria Corsini Beltrame Qattrocchi foram beatificados na Basílica de São Pedro... Sua beatificação, sem dúvida alguma, ajudaria a relançar novamente os valores próprios de uma vida cristã, tão pisoteados por uma sociedade hedonista e uma cultura de morte, assim como também estaria sendo impulsionado o sentido cristão do matrimônio como caminho de santidade.

Vida

Maria Corsini nasceu em Florença em 24 de junho de 1881; enquanto Luigi Beltrame nasceu em Catânia em 12 de janeiro de 1880. Ambos se conheceram em Roma quando eram adolescentes e se casaram na basílica Santa Maria Maior em 25 de novembro de 1905.
Os dois foram criados no seio de uma família católica e desde pequenos praticaram fervorosamente sua fé, assistindo todos os domingos a Missa e participando dos sacramentos. Devido a este legado, decidiram criar a seus filhos nos princípios e valores da fé católica.
Em 1913, a jovem família atravessou um momento doloroso e bastante incerto quando a gravidez de Maria teve sérias complicações e os médicos prognosticavam não sobreviveria ao parto, e nem mesmo o bebê não nascido. Ainda que os doutores manifestassem que o um aborto poderia salvar a vida de Maria, esta consultando a seu esposo, decidiu confiar na proteção divina. E embora a gravidez tenha sido dura, tanto mãe como filho milagrosamente sobreviveram. Esta experiência levou toda a família a consolidar sua vida de fé e trabalhar duro por seus anseios de santidade.
Maria deu à luz a mais três crianças; seus dois filhos homens professaram o sacerdócio; Filippo é agora o Mons. Tarcísio da diocese de Roma e Cesare é o P. Paolino, um monge trapense.
A filha mais velha, Enrichetta, a que sobreviveu a essa difícil gestação, constituiu um lar segundo o modelo de seus pais; enquanto que sua irmã Stefania ingressou na congregação dos beneditinos, sendo conhecida por todos como a Madre Cecília, e que faleceu em 1993.
Os três irmãos estiveram presentes na beatificação de seus pais.
A família Beltrame Quattrocchi foi conhecida por todos por sua ativa participação em muitas organizações católicas. Luigi foi um respeitado advogado, que ocupou um cargo importante dentro da política italiana. Maria trabalhou como voluntária assistindo aos etíopes durante a Segunda guerra mundial.
O agora beato Luigi foi chamado à Casa do Pai em 1951, e Maria, sua fiel esposa, o fazia posteriormente em 1965.

Beatificação

A Congregação para a Causa dos Santos tratou este caso como algo especial, e com a aprovação do Papa João Paulo II, esclareceu-se o caminho para sua beatificação assim que foi reconhecido um milagre de sua intercessão.
O Prefeito desta Congregação, Cardeal José Saraiva Martins, afirmou que era impossível beatificá-los separadamente devido a que não dava para separar sua experiência de santidade, a qual foi vivida em comum e tão intimamente. "Seu extraordinário testemunho não podia permanecer escondido", enfatizou o Purpurado.
Pelo menos 40 mil pessoas assistiram à cerimônia de beatificação dos esposos, que se realizou no interior da basílica de São Pedro devido a forte chuva que desatou desde as primeiras horas da manhã. O plano original contemplava a realização da cerimônia na Praça São Pedro.
Também assistiram à cerimônia os dois filhos homens do matrimônio. Filippo e Cesare que concelebraram a Missa de beatificação com o Papa. A terceira, Enrichetta, estava sentada entre os peregrinos que lotaram o maior templo da cristandade.
"O ordinário de maneira extraordinária"
em sua homilia, o Santo Padre assegurou que os esposos beatos, durante mais de seus 50 anos como matrimônio souberam viver "uma vida ordinária de maneira extraordinária".
"Entre as alegrias e as preocupações de uma família normal - afirmou o Papa - souberam realizar uma existência extraordinariamente rica de espiritualidade. No centro, a eucaristia diária, à que se acrescentava a devoção filial à Virgem Maria, invocada com o Terço recitado todas as noites, e a referência a sábios conselhos espirituais".
O Pontífice manifestou que os esposos "viveram à luz do Evangelho e com grande intensidade humana o amor conjugal e o serviço à vida".
"Assumiram com plena responsabilidade a tarefa de colaborar com Deus na procriação, dedicando-se generosamente aos filhos para educá-los, guiá-los e orientá-los no descobrimento de seu desígnio de amor", acrescentou.
Neste sentido, o Papa enfatizou que a família anuncia o Evangelho da esperança com sua própria constituição, pois é fundada sobre a recíproca confiança e sobre a fé na Providência. A família anuncia a esperança, pois é o lugar em que brota e cresce a vida, no exercício generoso e responsável da paternidade e da maternidade".
"Uma autêntica família, fundada no matrimônio, é em si mesma uma 'boa notícia' para o mundo".

Família Cristã

O Pe. Tarcísio Beltrame, um dos filhos dos esposos Luigi e Maria Corsini Beltrame Quattrocchi, expressou em um testemunho pessoal o desejo de que a proclamação de seus pais como modelos de vida cristã ajude a impulsionar o sentido cristão do matrimônio.
Em seu relato, o Pe. Tarcísio lembra que "nossa vida familiar não teve nada de extraordinária, foi um fato ordinário, com suas debilidades. Entretanto, seguimos sempre ensinamentos importantes que as almas de boa vontade podem se dispor a imitar e a realizar também hoje".
Com efeito, segundo a proclamação de suas virtudes heróicas realizada pelo Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, os esposos Beltrame Quattrocchi "fizeram de sua família uma verdadeira igreja doméstica aberta à vida, à oração, ao testemunho do Evangelho, ao apostolado social e à solidariedade para com os pobres, à amizade". Além disso, a sua intercessão foi atribuído um milagre que abriu a via para sua beatificação. Dos quatro filhos dos esposos Beltrame Quattrocchi, três deles tomaram o caminho do sacerdócio ou a vida religiosa: Tarcísio (95 anos),o Pe. Paulino (92 anos), e Ir. Maria Cecília (já falecida).
Enrichetta, de 87 anos, constituiu um lar segundo o modelo de seus pais.
"Fomos uma família aberta aos amigos e a todos os que queriam respirar o clima de nosso lar", relata o Pe. Tarcísio. O quarto de hóspedes sempre estava pronto".
"Nos anos de guerra, freqüentemente arriscando muitíssimo, acolhemos e prestamos ajuda a todos os que nos pediram", concluiu.

Não serão os únicos

Os Beltrame Quattrocchi serão o primeiro casal a ser beatificados..." mas não o único. Com efeito, segundo fontes da Congregação para a Causa dos Santos, existe outro casal de esposos que foram elevados aos altares: Louis e Zelie Martin, os pais de Santa Teresa de Lisieux.
Em suas memórias, Santa Teresinha do Menino Jesus relata a vida exemplar de seus pais, que influenciou tanto em sua vocação e na de suas irmãs. No caso de ambos, a Congregação já reconheceu a "heroicidade das virtudes", já ocorreu a aprovação final de um milagre obtido por sua intercessão e eles já foram proclamados beatos. Rezemos pela causa da canonização desses casais exemplares!

Fonte: ACI Digital

domingo, 25 de dezembro de 2011

Casamento, reflexo do amor de Deus



O amor sem confiança não é amor verdadeiro
"Qual é o objetivo de Deus no casamento e na família? Quero abordar a cura nos matrimônios, a cura dentro e fora da família. Isso está muito claro na Bíblia, no primeiro capítulo do Gênesis:

"Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" (Gen 1, 26), e no versículo 27 Ele acrescenta algo: "criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher" (Gen 1, 27).

Em outras palavras, o Senhor não nos cria como indivíduos para vivermos sozinhos, Ele criou o casamento e a família. Assim como Deus é, nós somos unificados para transmitirmos a vida. Por isso Deus ordenou que Adão e Eva enchessem este mundo com seus filhos.

A família é o reflexo de Deus Pai. Deus não é somente uma pessoa, mas sim Três Pessoas, que, na Sua unidade infinita, quer que a vida do casamento e da família sejam o reflexo dessa vida trinitária como comunidade d'Ele.

No Antigo Testamento o inimigo de Deus, satanás, não tentou somente Adão e Eva causando divisão entre eles, mas em seguida seus filhos, um matou o outro. A grande tentação de satanás é a desconfiança na vida matrimonial e a inveja na família. O trabalho dele é destruir famílias.
Esse trabalho do maligno pode acontecer em vários níveis de nossas vidas. Infelizmente, muitas pessoas vão para o casamento com os fardos da vida passada nos ombros. Esses problemas são de culpa nesta área que podem afetar os esposos, que foram levados ao mau hábito de homossexualismo ou da masturbação, por isso não vão conseguir ter um relacionamento sadio e feliz, a não ser que sejam curados por Jesus. Ou talvez a mulher tenha sido abusada sexualmente, vê o sexo como uma coisa suja, tem medo de homens.

Frequentemente, um casal mostra uma vida feliz para as pessoas, mas não estão felizes dentro dos casamentos. O Senhor quer curar cada casamento quebrantado, e nos fala tão forte sobre o matrimônio, pois este é o reflexo do amor de Deus pelo Seu povo. O reflexo de Jesus pela Sua Igreja. O casamento cristão foi criado pelo respeito mútuo. Às vezes as pessoas pensam que se amam, mas não há respeito, e sem respeito não há verdadeiro amor.

Deveríamos nos respeitar, especialmente entre homem e mulher deve haver confiança mútua, pois essa é a base do lar. Se você não confia nas pessoas, você vive uma vida de medo e desconfiança.

O amor sem confiança não é amor verdadeiro. Tem que haver cuidado mútuo, uma mútua preocupação nas coisas pequenas. Sem cuidado você acha que existe amor? Por isso que Jesus nos ama e nos respeita, Ele confia em nós e toma conta de nós. Ele lavou os pés dos apóstolos, pois é assim que o amor explode, esse é o conceito do amor cristão, é assim o conceito do matrimônio cristão: doação."
(Artigo produzido a partir de pregação de padre Rufus Pereira em setembro de 2008).
Padre Rufus Pereira
Sacerdote da Arquidiocese de Bombaim (Índia).
Fonte:

sábado, 24 de dezembro de 2011

Casal espanhol "surpreso e abençoado" pela vocação religiosa de suas cinco filhas

ESTE RELATO NOS FAZ LEMBRAR DAS 5 FILHAS MONJAS DO CASAL LUIS E ZÉLIA MARTIN...


Imaculada Sánchez e Alejandro Ripoll têm cinco filhas que abraçaram a vida consagrada como religiosas do novo instituto de vida contemplativa Iesu Communio. Estes pais espanhóis asseguram que receberam a consagração de suas filhas como uma verdadeira bênção.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, o casal expressou sua felicidade por ter cinco filhas religiosas.

"É como quando um filho se casa. Você quer tê-los ao seu redor, perto, mas cada um tem que levar seu estudo, igual quando um filho se casa e você não pode intervir em sua história, no caso, é em um convento, mas tem um segredo especial. E o segredo é que com cada uma e com cada consagração Deus derrama uns dons impressionantes à família, e portanto é uma bênção", afirmou Alejandro.


Irmã Jordán, Irmã Amada de Jesus, Irmã Francesca, Irmã Ruth, e Irmã Nazaret, têm entre 20 e 28 anos de idade e são as cinco irmãs de sangue que compartilham sua vida dentro da Iesu Communio, a nova comunidade de clausura que surgiu das clarissas de Lerma na Espanha e que surpreendeu o mundo com uma explosão de vocações.

"Mas os primeiros surpresos somos nós e a própria Igreja. Que em uma família haja cinco vocações a um convento de clausura acredito que desde Teresa de Lisieux isso não aconteceu", considerou Imaculada.

De um total de sete irmãos, as cinco jovens decidiram ingressar no mesmo instituto religioso, onde três já são consagradas e as outras duas são noviças.

Cada história de vocação foi algo pessoal e único, cada uma "teve uma história de muitos anos nos que se deram encontros com o Santo Padre desde João Paulo II. Cada uma foi um processo distinto, porque entre elas são muito diferentes", explicou o pai ao grupo ACI.

Imaculada e Alejandro visitaram Roma para participar do encontro "Novos evangelizadores para a nova evangelização" que celebraram no Vaticano no dia 15 de outubro com a presença do Papa Bento XVI e da Irmã Verônica, a fundadora e Superiora Geral da Iesu Communio.

"O que fazemos nós com o Santo Padre em uma reunião no centro do coração da Igreja? Quem somos nós? Isto é um presente de Deus, uma graça a mais deste instituto", afirmou Alejandro.

A vocação de nossas filhas só pode ter uma explicação divina, "a própria Igreja está surpresa e esperando", mas nisto "os primeiros assombrados somos nós. Explicação humana não tem", acrescentou Imaculada.
Fonte: Fonte: ACI/EWTN Noticias

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Casamento: qual é a hora certa e como se preparar?


Os noivos precisam de um boa preparação para o casamento. Para o Papa Bento XVI, o trabalho da pastoral pré-matrimonial ajuda a alcançar uma real compreensão deste sacramento.

"Há de se colocar o máximo cuidado na formação dos noivos e na prévia verificação das suas convicções no que diz respeito aos irrenunciáveis compromissos quanto à validade do sacramento. Um sério discernimento a este respeito poderá evitar que impulsos emotivos ou razões superficiais levem os dois jovens a assumir responsabilidades que não serão capazes de respeitar", disse Bento XVI no encontro com os membros do Tribunal da Rota Romana, em janeiro deste ano.

Para o casal João Bosco Lugnani e Aparecida Eunides Lugnani, do Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar (INAPAF), o primeiro e maior desafio na preparação para o Matrimônio é a educação para os relacionamentos fundados em valores cristãos,  relacionamentos com Deus, consigo mesmo e com o próximo.

"Ninguém pode dizer estou pronto, mas é indispensável estar a caminho e construindo valores. Ponto mais específico: é preciso saber exatamente o que é o Sacramento do Matrimônio; conhecê-lo como Boa Nova de Deus, para o bem do casal, da família e da sociedade e acolhê-lo por inteiro", salientam.

Para Bosco e Eunides é necessário que o casal planeje o casamento focando a construção de relacionamentos de qualidade e estáveis, sem ignorar a importância das condições de vida autônoma (autonomia familiar e econômica). "Para isto é importante o tempo de namoro e noivado, e o diálogo do casal, pois só eles podem definir o tempo certo", aconselha o casal.


Formação contínua do casal

A educação continuada é uma exigência para o êxito em qualquer área da atuação humana, dizem os entrevistados. Para o Matrimônio planejado por Deus, indissolúvel e de qualidade, para Bosco e Eunides, a formação tem que receber atenção ainda maior, tendo em vista que o casamento é o primeiro apostolado para os vocacionados ao Matrimônio.

"A educação da afetividade hoje está muito fragilizada e dela dependem todos os relacionamentos. Ela é feita, primeiro através do exemplo e testemunho de vida cristã. Para isto é indispensável a proximidade com Deus e o respeito à dignidade incondicional própria e do outro", destacam.

Para os entrevistados, o relacionamento conjugal é, entre todos os relacionamentos humanos, o de maior intimidade e sem a educação da afetividade, sem a conversão para formação da vivência de valores cristãos, o casamento dificilmente se sustenta e tem qualidade de relacionamento, e desta relação do casal depende a educação das novas gerações, finaliza Bosco.

Autora: Nicole Melhado
Fonte: Canção Nova Notícias

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Método Billings possibilita que mulher se conheça melhor



Conhecido por poucas pessoas o método natural de planejamento familiar Billings possibilita que a mulher conheça melhor a si mesma, seu corpo e sua fertilidade. "Este método tem uma eficácia excelente. Todas as investigações científicas já foram feitas", assegura a ginecologista chilena, Dra. Pillar Vigil, que é membro da Pontifícia Academia para a Vida, órgão do Vaticano.

Segundo a médica especialista em fertilidade, o método de planejamento familiar natural é conhecido apenas por cerca de 3% da população, por isso evento como o que a Canção Nova promove neste fim de semana são de grande importância para esta divulgação.

O método, explica a ginecologista, permite que a mulher faça uma leitura do seu corpo, do seu sistema reprodutivo, conheça sua fertilidade. E o homem que também conhece este método consegue compreender melhor também a mulher.

"Para a mulher é um beneficio conhecer sua fertilidade, pois a fertilidade para a mulher é um sinal de saúde. Esse método permite às pessoas uma reflexão e um conhecimento a certa de si mesmas. Pois, só podemos oferecer aquilo que conhecemos", salienta a médica.

Dra. Pillar explica que os hormônios que estão no corpo da mulher durante o ciclo mestrual dão sinais que são percebidos. Assim, o método Billings mostra como ler esses sinais. Mulheres e homens não nascem sabendo ler sua fertilidade, por isso é necessário aprender e é nisso que se baseiam os métodos naturais.


Educação afetiva e sexual na perspectiva da fertilidade


Nas escolas, a educação sexual está sendo mais abordada, mas para Dra. Pillar, falta ainda uma abordagem afetiva, levando em consideração aspectos emocionais, os valores, a responsabilidade e a perspectiva da fertilidade.

"O homem novo é aquele que íntegra sua emoção com sua razão, esta é a base da educação sexual. Trata-se de formar e acompanhar nossos jovens e todas as pessoas em seu processo de desenvolvimento. A educação afetiva-sexual é um acompanhamento das pessoas em cada momento de sua vida".

Para a especialista, em todas as épocas da vida, homens e mulheres precisam de um acompanhamento, e os jovens, em particular,  passam por um momento importante e belo na vida e precisam de um acompanhamento adequada.

Os jovens vêm iniciando a vida sexual cada vez mais cedo e de forma irresponsável. Para a médica, não é apenas uma influência da mídia, mas algo que acontece nos diversos âmbitos da sociedade.

"O que vemos nos meios de comunicação é o mesmo que acontece em todos os lugares, nas escolas, nas empresas, nos hospitais. Os meios de comunicação são importantes para mostrar às pessoas que para que nós possamos amar, precisamos conhecer melhor a nós mesmo e isso é algo que requer tempo", salienta.

E num sociedade em que o tempo parece cada vez mais escasso, as pessoas buscam soluções rápidas, mas a vida – ressalta Dra. Pillar -  não se trata de solucionar problemas, mas criar alternativas humanas.

"Assim, o início precoce dos jovens na vida sexual não é um fato isolado, mas é um realidade global que evolve todos os aspectos da vida de uma pessoa", conclui.
Autora: Nicole Melhado
Fonte: Canção Nova Notícias

Jornal vaticano recorda ensinamentos do Cardeal Ratzinger sobre o divórcio e o matrimônio



VATICANO, 01 Dez. 11 (ACI/EWTN Noticias) .-

Logo depois de que um Bispo alemão questionasse o ensino da Igreja sobre o matrimônio e o divórcio, o jornal vaticano L'Osservatore Romano publica em sua edição de hoje um ensaio do então Cardeal Joseph Ratzinger, agora Papa Bento XVI, no qual explica que esse magistério se apóia as Escrituras, na tradição e na razão.

Em 1998 o agora Papa Bento XVI dizia que "certamente a palavra da verdade pode ser dolorosa e incômoda, mas é o caminho para a santidade, a paz e a liberdade interior".

O artigo foi publicado logo que alguns líderes eclesiásticos na Alemanha solicitassem que a Igreja revise seu ensinamento sobre o matrimônio, junto com a proibição vigente de negar a Eucaristia ou comunhão aos católicos divorciados que voltaram a casar-se.

Em seu trabalho em 1998 à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, o agora Papa Bento – então Prefeito deste dicasterio– explicou que os documentos da Igreja sobre o tema "respondem às exigências da verdade e do amor de maneira muito equilibrada".

A publicação foi feita em seis idiomas com o subtítulo "a propósito de algumas objeções contra a doutrina da Igreja sobre a recepção da Comunhão eucarística por parte dos fiéis divorciados que voltaram a casar-se".

O texto reaparece dois meses depois que o presidente da Conferência Episcopal Alemã questionasse publicamente o ensinamento da Igreja sobre o matrimônio em uma entrevista a um jornal.

No dia 5 de setembro, algumas semanas antes da chegada do Santo Padre a Alemanha, Dom Zollitsch disse que "todos nós enfrentamos o problema de como podemos ajudar as pessoas em cujas vidas algumas coisas saíram mau, entre as quais encontram um matrimônio naufragado".

"Este é um assunto de misericórdia e nós discutiremos este problema intensivamente no futuro próximo", disse o Prelado ao jornal alemão Die Zeit.

O jornal perguntou ao Arcebispo especificamente sobre a situação do presidente da Alemanha, Christian Wullf, que é um católico e tornou a casar-se e que se abstém de receber a Comunhão.

Ao ser perguntado logo sobre Klaus Wowereit, católico e com uma relação homossexual pública, o Prelado disse que "devemos ver como podemos dar respostas com bases teológicas às perguntas sobre os estilos de vida".

No texto publicado hoje o agora Papa Bento XVI explica que o ensinamento da Igreja sobre o matrimônio está apoiado nas Sagradas Escrituras, na tradição e na razão.

Das Escrituras ressalta detalhadamente como "o ensinamento da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio é fiel às palavras de Jesus".

Quanto à tradição, o Papa indica que sempre existiu um "consenso claro" entre os Padres da Igreja primitiva "sobre a indissolubilidade do matrimônio", algo que aparta o Cristianismo da sociedade romana.

Nesse então, recorda, "os divorciados que voltaram a casar-se entre os fiéis jamais foram admitidos oficialmente à Santa Comunhão logo de um tempo de penitência".

Seguidamente Bento XVI afirma que "se o matrimônio anterior de dois fiéis divorciados e que voltaram a casar-se era válido, então sob nenhuma circunstância sua nova união pode ser considerada válida e portanto a recepção dos sacramentos é intrinsecamente impossível".

O Papa também se referiu à sugestão de que seja o Papa quem "potencialmente dissolva um matrimônio sacramental consumado, que foi irremediavelmente quebrado".

Sobre isso ele mesmo responde que "se a Igreja aceitasse a teoria de que um matrimônio está morto quando dois esposos já não se amam mais, então Ela deveria sancionar o divórcio e a indissolubilidade do matrimônio ficaria apenas na letra, e já não nos fatos".

Para aqueles que afirmam que a Igreja Católica é "muito legalista e não pastoral" nestes assuntos, o Santo Padre também responde que a forma de expressar-se da Igreja "parece não ser muito fácil de entender às vezes" e que por isso "precisa ser traduzida por pregadores e catequistas a uma linguagem que relacione às pessoas com seus respectivos ambientes culturais".

"O conteúdo essencial do ensino da Igreja deve ser defendido neste processo. Não pode ser diluído alegando questões pastorais, já que comunica a verdade revelada".

Para ler o texto do LOR na íntegra acesse:
Fonte: ACI Digital

Nova evangelização é inseparável da família cristã, afirma o Papa



VATICANO, 01 Dez. 11 (ACI) .-

O Papa Bento XVI explicou esta manhã que a tarefa da Nova Evangelização é inseparável da família cristã, porque como "Igreja doméstica" é espaço de encontro com Cristo, chamada a comunicá-lo a todos.

Assim indicou o Pontífice em seu discurso aos participantes da assembléia plenária do Pontifício Conselho para a Família, liderados por seu presidente, Cardeal Ennio Antonelli, que ademais celebra o 30º aniversário de sua fundação e da exortação apostólica "Familiaris consortio", ambas obras do Beato Papa João Paulo II.

Durante seu discurso, o Papa assinalou que "em nosso tempo, como já aconteceu em épocas passadas, o eclipse de Deus, a difusão de ideologias contrárias à família e a degradação da ética sexual aparecem conectadas entre si".

Por isso, explicou, "a nova evangelização é inseparada da família cristã. A família é, de fato, o caminho da Igreja, porque é "espaço humano" do encontro com Cristo. Os cônjuges "não só recebem o amor de Cristo, transformada em comunidade salva, mas são também chamados a transmitir aos irmãos o mesmo amor de Cristo, tornando-se "comunidade salvadora"".

Bento XVI disse também que "a família fundada sob o sacramento do Matrimônio é atuação particular da Igreja, comunidade salvada e salvadora, evangelizada e evangelizadora. Como a Igreja, essa é chamada a acolher, irradiar e manifestar no mundo o amor e a presença de Cristo".

"O acolhimento e a transmissão do amor divino são realizadas na dedicação recíproca dos cônjuges, na procriação generosa e responsável, no cuidado e na educação dos filhos, no trabalho e nas relações sociais, na atenção aos necessitados, na participação das atividades eclesiais e no empenho civil", destacou o Papa.

"A família cristã, na medida em que, por meio de um caminho de conversão permanente sustentada pela graça de Deus, consegue viver o amor como comunhão e serviço, como dom recíproco e aberta a todos, reflete no mundo o esplendor de Cristo e a beleza da Trindade divina", afirmou Bento XVI aos presentes.

O Papa Bento recordou também sua visita à localidade de Ancona para encerrar o Congresso Eucarístico Nacional italiano, onde se reuniu com os sacerdotes e os esposos já que "ambos os estados de vida, de fato, no amor de Cristo, que doa a si mesmo pela salvação da humanidade, na mesma raiz são chamados a uma missão comum: aquela de testemunhar e fazer presente este amor a serviço da comunidade, para a edificação do Povo de Deus".

"Esta perspectiva consiste, antes de mais nada, em superar uma visão reduzida da família, que a considera como a mera destinatária da ação pastoral. (…) A família é lugar privilegiado de educação humana e cristã e permanece, para esta finalidade, o melhor aliado do ministério sacerdotal".
Continuando, o Papa enumerou os âmbitos nos quais é mais urgente o protagonismo das famílias cristãs, em colaboração com os sacerdotes: a educação das crianças, adolescentes e jovens ao amor entendido como dom de si e comunhão; a preparação dos noivos para o matrimônio; a formação dos cônjuges; a participação em associações caritativas, educativas e civis; e a pastoral das famílias para as famílias.

O Papa chama a participar de Encontro Mundial das Famílias em Milão 2012

Ao referir-se ao próximo VII Encontro Mundial das Famílias Milão 2012 que será celebrado entre os dias 30 de maio a 3 de junho próximos, Bento XVI afirmou que será uma grande alegria desfrutar da oração e da festa junto a outras famílias vindas de todo o mundo em companhia de seus pastores.

Assim, o Santo Padre fez um chamado às famílias de Milão e das regiões vizinhas a abrirem as portas de seus lares aos peregrinos, e explicou que "na hospitalidade, experimentaremos alegria e entusiasmo: É formoso dar a conhecer a amizade, intercambiar o vivido em família e a experiência de fé a elas legadas", disse.

"Será para mim e para todos nós uma grande alegria estar juntos, rezar e festejar com as famílias vindas de todo o mundo", concluiu.
Fonte: ACI Digital

Abstinência e fidelidade para lutar contra a AIDS, propõe o Vaticano



Este é o melhor meio para prevenir a AIDS, mas, às vezes, é o mais difícil de ser colocado em prática, pois exige a conversão do coração:
Abstinência e fidelidade para lutar contra a AIDS, propõe o Vaticano

VATICANO, 01 Dez. 11 (ACI/EWTN Noticias) .-

Ao celebrar neste 1º de dezembro o Dia Mundial da Luta contra a AIDS, o Vaticano publicou um comunicado no qual assinala que a abstinência, a fidelidade e o rechaço à promiscuidade sexual são as armas que a Igreja propõe para lutar contra esta doença.

O comunicado do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, assinado por seu presidente o Arcebispo Zygmunt Zimowski, assinala que este dia "deve constituir uma nova oportunidade para promover o acesso universal aos tratamentos para os que se encontram infectados, a prevenção da transmissão de mãe a filho e a educação para estilos de vida que incluam uma aproximação correta e responsável à sexualidade. Do mesmo modo, é um momento privilegiado para relançar a luta contra o prejuízo social".

O texto recorda que 1.800.000 pessoas morrem anualmente por causa da AIDS, principalmente na África subsaariana. "São pessoas que poderiam levar uma vida normal se tivessem acesso às terapias farmacológicas adequadas, conhecidas como terapias antirretrovirais", indica.

"Há mortes que já não são justificáveis, como tampouco é a dor dos familiares das pessoas afetadas (...) Tampouco se pode justificar já a transmissão da infecção de mães a filhos".

O comunicado assinala logo que "embora não seja possível menos que comprometer-se na extensão destes tratamentos a todos os povos e setores da população, segue sendo fundamental, por outra parte, a formação e a educação de todos e em particular das novas gerações, a uma sexualidade apoiada em 'uma antropologia ancorada no direito natural e iluminada pela Palavra de Deus'".

O texto ressalta além que "a Igreja e seu Magistério, pedem um estilo de vida que privilegie a abstinência, a fidelidade conjugal e o rechaço da promiscuidade sexual, porque, como sublinha a exortação apostólica pós-sinodal 'Africae Munus' todo isto forma parte da questão do 'desenvolvimento integral' ao qual as pessoas e as comunidades têm direito".

"Ao lançar esta nova chamada ao compromisso e à solidariedade em favor de todas as vítimas (diretas e indiretas) do HIV / AIDS, queremos dar as graças, em união espiritual com o Santo Padre, a todos os que ao longo destes anos se esforçaram tanto por ajudá-las".

Seguidamente indicam que "referimo-nos aqui às instituições, organismos e voluntários que trabalham no âmbito da saúde e em particular da AIDS (...) Sem dúvida, eles merecem o apoio operativo e a ajuda, sem travas ideológicas, das organizações internacionais e dos benfeitores".

Finalmente expressam "nossa proximidade aos doentes do HIV / AIDS, aos que estão perto deles, e a todos os trabalhadores da saúde que, expostos ao risco de infecção, outorgam-lhes toda a atenção possível respeitando sua personalidade e sua dignidade".

Fonte: ACI Digital

sábado, 3 de dezembro de 2011

O chamado à santidade no casamento



Encontro destaca o casal de beatos Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi

Por Salvatore Cernuzio

ROMA, quarta-feira, 30 de novembro de 2011 (ZENIT.org)



"Quando um homem e uma mulher se tornam um só no matrimônio, eles deixam de ser vistos como criaturas terrestres: tornam-se a própria imagem de Deus". Nunca houve uma personificação mais plástica destas palavras de São João Crisóstomo do que os cônjuges Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, o primeiro casal beatificado na história da Igreja.

Beatos não “apesar do casamento”, mas precisamente por causa dele. O casal não foi elevado aos altares por ter fundado alguma congregação missionária, mas simplesmente porque viveu o casamento como um caminho concreto para a santidade e para Deus.



A data de celebração do casal beato na diocese de Roma é 25 de novembro, aniversário do casamento celebrado em Santa Maria Maggiore em 1905. Em fevereiro de 1994, foi iniciada no Tribunal para a Causa dos Santos do Vicariato de Roma a causa da canonização. João Paulo II beatificou-os em 21 de outubro de 2001, no vigésimo aniversário da Familiaris Consortio.

Justo nos dias em que o Vaticano realiza a Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, que aborda o trigésimo aniversário da fundação do dicastério, foi realizada no Capitólio romano, neste 25 de novembro, a conferência Cidadãos autênticos: nos passos de Maria e Luigi.

O encontro, dez anos após a beatificação do casal, procurou chamar a atenção para um aspecto que vai além do cristão e educativo: o ético e civil, enfatizando a contribuição que Luigi e Maria deram à cidade de Roma e a toda a Itália como "cidadãos autênticos".

“Quando falam dos meus pais, as pessoas sempre falam de casamento, família, educação dos filhos”, disse Enrichetta Beltrame Quattrocchi, quarta e última filha do casal, convidada especial da conferência. “Mas nunca falam da vida deles como cidadãos, que foi intensa".
“Por isso nós optamos pela Capitólio”, continuou Enrichetta, incansável aos 97 anos de idade. “Porque é um lugar de profundo valor institucional e de vínculo significativo com os cidadãos, mas principalmente porque eu me comovi quando o papa Bento XVI, em 9 de março de 2009, na hora de saudar os romanos destacando as glórias de Roma, nomeou os santos que trabalharam por esta cidade e, entre eles, os meus pais”.

Entre os muitos e ilustres convidados do encontro, estão Dom Luciano Suriani, delegado das Representações Pontifícias; Dom Paolo Mancini, vigário para a pastoral familiar da diocese de Roma; Marco Pomarici, presidente da Assembleia Capitolina; Salvatore Martinez, presidente da Renovação Carismática italiana; Maria Voce-Emmaus, presidente do movimento dos Focolares, e muitos outros.

“Maria e Luigi foram exemplos vivos de como a vida cotidiana pode concretizar o chamado à santidade, que é a medida da vida cristã diária”, disse Dom Suriani . “Cinquenta anos atrás, o Concílio Vaticano II lançou um apelo à santidade da família e ele se realizou graças aos dois beatos. Precisamos que todas as famílias do nosso tempo, a exemplo deles, também se tornem pequenas igrejas, verdadeiras escolas de oração”.

É uma missão que os Beltrame realizaram plenamente como esposos e pais, como fica demonstrado pelo fato de que os quatro filhos, ao crescerem, sentiram o chamado de Deus à vida religiosa: Filippo (Don Tarcisio) é padre diocesano; Stefania (irmã Maria Cecilia) é freira beneditina; Cesare (padre Paolino) é monge trapista, e Enrichetta, a caçula, é leiga consagrada.

Mas também é uma missão que se concretizou no engajamento civil, no respeito pela democracia, pelas instituições, pela cidade, no próprio trabalho (Luigi era advogado e Maria era escritora e enfermeira) em benefício da sociedade, particularmente dos pobres, doentes e aflitos.

Antonio Conte, presidente da Ordem dos Advogados de Roma, falou precisamente sobre isto: "Luigi Beltrame Quattrocchi nos oferece uma imagem do advogado, talvez menos comum hoje em dia, mas essencial para a compreensão da função de quem é ad-vocatus, ‘chamado com’, ‘chamado junto de’, para aqueles que precisam de assistência. Esta belíssima profissão se transforma em serviço puro, humanidade, santidade para a Igreja, se for acompanhada de um inclinar-se diante do homem para compartilhar, para carregar os fardos juntos com os oprimidos, para alegrar-se com aqueles que estão em festa. Ser ‘humano’ desta forma é algo que torna o advogado uma pessoa que tem uma missão na sociedade civil. Eu diria que esses elementos fizeram do advogado Beltrame Quattrocchi uma pessoa que realmente viveu o carisma da sua profissão, infundindo a alma cristã na atividade que realizava".

Também foi apresentada durante o encontro a Associação A.Mar.Lui, nascida por desejo da filha Enrichetta e presidida por Attilio Danise e Giulia Paola di Nicola, voltada principalmente aos cônjuges e namorados, mas aberta a todos: solteiros, sacerdotes, religiosos e todos aqueles "que desejem alimentar um espírito de família na Igreja e na sociedade, estar perto das famílias e das suas necessidades", como explicaram os presidentes.

Para selar o dia cheio de memórias e de emoções, foi oferecido o recital Uma auréola para dois, dedicado à vida dos beatos, na Domus Mariae de Roma, reunindo na mesma noite todos os participantes do encontro, inclusive famílias de diversas regiões italianas, membros da A.mar.Lui. e dos Focolares, assim como os participantes da reunião da CEI (Conferência Episcopal Italiana) sobre os 30 anos da Familiaris Consortio.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"A própria preparação do casamento cristão tem de ser feita na escuta da Palavra"


Num encontro com as famílias da diocese, iniciativa integrada nas celebrações dos seus 50 anos de sacerdócio, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destacou a "diferença, na unidade, segundo o desígnio de Deus" entre homem e mulher.
D. José Policarpo acentuou ainda "a importância da Palavra de Deus para se descobrir a riqueza e a especificidade da mulher: a sua particular capacidade de escutar, a cada momento, a Palavra do Senhor e de a acolher num amor intenso".
Falando na homilia da missa que encerrou este encontro, o patriarca de Lisboa propôs-se "meditar sobre a centralidade da Palavra de Deus e a família cristã como vivência do sacramento do matrimónio".
"Não basta casar na Igreja; a própria preparação do casamento cristão tem de ser feita na escuta da Palavra, que deve acompanhar os esposos cristãos na vivência da fidelidade, no sentido do seu amor como experiência de caridade, na colaboração íntima com Deus, autor e Senhor da vida, na fecundidade e no respeito sagrado pela vida", apontou.
O cardeal-patriarca convidou "cada casal cristão" a tornar-se "na vivência da sua comunhão conjugal, um anúncio de Jesus Cristo e do seu amor à Igreja, que ama como uma esposa".
"Devido à fragilidade do pecado, só em Cristo o casal cristão retoma a possibilidade de serem um só. Cristo torna-se, assim, o protagonista principal do amor conjugal cristão e deu à própria expressão da natureza a força de ser sinal sacramental", indicou.
O encontro diocesano das famílias decorreu na Escola Salesiana do Estoril e teve transmissão radiofónica no site do patriarcado de Lisboa (http://www.patriarcado-lisboa.pt/).

domingo, 23 de outubro de 2011

CATEQUESE PREPARATÓRIA PARA O VII ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS - CATEQUESE 1 - O SEGREDO DE NAZARÉ

 

http://www.family2012.com/

A FAMÍLIA: O TRABALHO E A FESTA

Catequeses preparatórias
para o VII Encontro Mundial das Famílias

(Milão, 30 de Maio – 3 de Junho de 2012)

1. O SEGREDO DE NAZARÉ

A. Canto e saudação inicial

B. Invocação do Espírito Santo

C. Leitura da Palavra de Deus

11Veio ao meio dos seus,
e os seus não o receberam.
12Mas a todos aqueles que o receberam,
aos que crêem no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 11-12).
40O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e
a graça de Deus repousava sobre ele.
41Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa.
42Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém,
segundo a tradição da festa [...]
51Em seguida, desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso.
A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração.
52E Jesus crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e
dos homens (Lc 2, 40-42.51-52).

D. Catequese bíblica

1.        Veio ao meio dos seus.

Por que motivo a família deve escolher um estilo de vida? Quais são os novos estilos de vida para a família de hoje, a propósito do trabalho e da festa? Dois trechos bíblicos descrevem o modo como o Senhor Jesus veio ao meio de nós (cf. Jo 1, 11-12) e como viveu no seio de uma família humana (cf. Lc 2, 40-42.51-52).
O primeiro texto apresenta-nos Jesus que habita no meio do seu povo: «Veio ao meio dos seus, e os seus não o receberam. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus». A Palavra eterna parte do seio do Pai, vem para o meio do seu povo e entra numa família humana. O povo de Deus, que deveria ser o ventre acolhedor do Verbo, revela-se estéril. Os seus não o receberam mas, pelo contrário, eliminam-no. O mistério da rejeição de Jesus de Nazaré insere-se no coração da sua vinda para o meio dos nós. Mas a todos aqueles que o recebem, «deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus». Aos pés da cruz, João vê realizar-se aquilo que ele mesmo proclama no início do seu Evangelho. «Quando vê a sua mãe e, perto dela, o discípulo que ele amava» (Jo 19, 26), Jesus confia à mãe o novo filho, e ao discípulo que ele amava, confia a mãe. Depois, o evangelista comenta: «E a partir dessa hora, o discípulo levou-a consigo para a sua casa» (19, 27). Eis o «estilo» que Jesus nos pede, para vir ao meio de nós: um estilo capaz de receber e de gerar.
Jesus pede que a família seja lugar que acolhe e gera a vida em plenitude.
Ela não gera apenas a vida física, mas abre à promessa eà alegria. A família torna-se capaz de «receber», se souber preservar a sua própria intimidade, a história de cada um, as tradições familiares, a confiança na vida e a esperança no Senhor. A família torna-se capaz de «gerar», quando faz circular os dons recebidos, quando conserva o ritmo da existência quotidiana entre trabalho e festa, entre afecto e caridade, entre compromisso e gratuidade. Esta é a dádiva que se recebe em família: conservar e transmitir a vida, no casal e aos filhos.
A família tem o seu ritmo, como a palpitação do coração;é lugar de descanso e de impulso, de chegada e de partida, de paz e de sonho, de ternura e de responsabilidade. O casal deve construir a atmosfera antes da chegada dos filhos. O trabalho não pode tornar a casa deserta, mas a família deve aprender a viver e a conjugar os tempos do trabalho com aqueles da festa. Muitas vezes deve confrontar-se com pressões externas, que não permitem escolher o ideal, mas os discípulos do Senhor são aqueles que, vivendo na realidade das situações, sabem dar sabor a todas as coisas, mesmo àquilo que não se consegue mudar: são o sal da terra. De modo particular, o domingo deve ser tempo de confiança, de liberdade, de encontro, de descanso e de partilha. O domingo é o momento do encontro entre o homem e a mulher. É acima de tudo o Dia do Senhor, o tempo da oração, da Palavra de Deus, da Eucaristia e da abertura à comunidade e à caridade. E deste modo, também os dias da semana receberão luz do domingo e da festa: haverá menos dispersão e mais encontro, menos pressa e mais diálogo, menos coisas e mais presença. Um primeiro passo nesta direcção é ver como habitamos a casa, o que levamos a cabo no nosso lar. É necessário observar como é a nossa morada e considerar o estilo do nosso habitar, as escolhas que ali fizemos, os sonhos que cultivamos, os sofrimentos que vivemos, as lutas que enfrentamos e as esperanças que alimentamos.

2.      O segredo de Nazaré.

Nesse povoado da Galileia, Jesus vive o período mais longo da sua vida. Jesus torna-se homem: com o transcorrer dos anos, ele atravessa muitas das experiências humanas para as salvar todas: faz-se um de nós, entra numa família humana, vive trinta anos de silêncio absoluto, que se tornam revelação do mistério da humildade de Nazaré.
O versículo com que tem início este trecho delineia com poucos traços o «segredo de Nazaré». É o lugar onde crescer em sabedoria e graça de Deus, no contexto de uma família que recebe e gera. «O menino ia crescendo e fortalecia-se: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava sobre ele». O mistério de Nazaré diz-nos de modo simples que Jesus, a Palavra que vem do Alto, o Filho do Pai, se faz menino, assume a nossa humanidade, cresce como um jovem no seio de uma família, vive a experiência da religiosidade e da lei, a vida quotidiana cadenciada pelos dias de trabalho e pelo descanso do sábado, o calendário das festas. O «Filho do Altíssimo» reveste-se com o semblante da fragilidade e da pobreza, é acompanhado pelos pastores e por pessoas que manifestam a esperança de Israel. Porém, o mistério de Nazaré é muito mais: é o segredo que fascinou grandes santos, como Teresa de Lisieux e Charles de Foucauld.
Com efeito, o versículo de encerramento do episódio diz que Jesus «desceu com eles a Nazaré, permanecendo-lhes submisso. A sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. E Jesus crescia em estatura (maturidade), sabedoria e graça diante de Deus e dos homens». Eis o profundo mistério de Nazaré: Jesus, a Palavra de Deus em pessoa, imergiu-se na nossa humanidade durante trinta anos! As palavras dos homens, as relações familiares, a experiência da amizade e da conflitualidade, da saúde e da enfermidade, da alegria e do sofrimento tornaram-se linguagens que Jesus aprendeu, para proferir a Palavra de Deus. De onde vêm, a não ser da família e do ambiente de Nazaré, as palavra de Jesus, as suas imagens, a sua capacidade de contemplar os campos, o camponês que semeia, a messe que lourece, a mulher que mistura a farinha, o pastor que extraviou a ovelha, o pai com os seus dois filhos. Onde foi que Jesus aprendeu a sua surpreendente capacidade de narrar, imaginar, comparar e pregar na vida e com a vida? Não vêm elas porventura da imersão de Jesus na vida de Nazaré? Por isso dizemos que Nazaré é o lugar da humildade e do escondimento. A palavra esconde-se, a semente desce ao ventre da terra e morre para trazer como fruto o amor do próprio Deus, aliás, o rosto paterno de Deus. Este é o mistério de Nazaré.

3.      Os vínculos familiares.

Jesus vive numa família caracterizada pela espiritualidade judaica e pela fidelidade à lei: «Os seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Tendo ele completado doze anos, subiram a Jerusalém, segundo a tradição da festa». A família e a lei constituem o contexto onde Jesus cresce em sabedoria e graça. A família e a religiosidade judaicas, uma família patriarcal e uma religião doméstica, com as suas festas anuais, com o sentido do sábado, com a oração e o trabalho diário, com o estilo de um amor de casal puro e meigo, fazem compreender que Jesus viveu profundamente a sua família.
Também nós crescemos numa família humana, dentro de vínculos de acolhimento que nos fazem crescer e responder à vida e a Deus. Também nós nos tornamos aquilo que recebemos. O mistério de Nazaré é o conjunto de todos estes vínculos: a família e a religiosidade, as nossas raízes e o nosso povo, a vida diária e os sonhos para o porvir. A aventura da vida humana começa a partir daquilo que recebemos: a vida, a casa, o afecto, a língua e a fé. A nossa humanidade é forjada por uma família, com as suas riquezas e as suas pobrezas.

E. Escuta do Magistério

A vida de família traz consigo um estilo singular, novo e criativo, que deve ser vivido e saboreado no casal e transmitido aos filhos, a fim de que transforme o mundo. O estilo evangélico da vida familiar influi dentro e além do círculo eclesial, fazendo resplandecer o carisma do matrimónio, o mandamento novo do amor a Deus e ao próximo. De maneira sugestiva, o n. 64 da Familiaris consortio exorta-nos a descobrir de novo um rosto mais familiar de Igreja, com a adopção de «um estilo de relações mais humano e fraterno». .

Estilo evangélico da vida em família

«Animada e sustentada pelo mandamento novo do amor, a família cristã vive a acolhida, o respeito, o serviço para com a homem, considerado sempre na sua dignidade de pessoa e de filho de Deus.
Isto deve acontecer, antes de tudo, no e para o casal e para a família, mediante o empenho quotidiano de promover uma autêntica comunidade de pessoas, fundada e alimentada por uma íntima comunhão de amor. Deve além disso ampliar-se para o círculo mais universal da comunidade eclesial, dentro da qual a família cristã está inserida: graças à caridade da família, a Igreja pode e deve assumir uma dimensão mais doméstica, isto é, mais familiar, adoptando um estilo de relações mais humano e fraterno.
A caridade ultrapassa os próprios irmãos na fé, porque "todo o homem é meu irmão"; em cada um, sobretudo se pobre, fraco, sofredor e injustamente tratado, a caridade sabe descobrir o rosto de Cristo e um irmão a amar e a servir.
Para que o serviço ao homem seja vivido pela família segundo o estilo evangélico, será necessário pôr em prática com urgência o que escreve o Concílio Vaticano II: "Para que este exercício da caridade seja e apareça acima de toda a suspeita, considere-se no próximo a imagem de Deus, para o qual foi criado, veja-se nele Cristo, a quem realmente se oferece tudo o que se dá ao indigente" (AA 8)».
[Familiaris Consortio, 64]

F. Perguntas para o casal e o grupo

PARA O CASAL
  1. A nossa família é lugar que recebe e gera a vida em plenitude, nas várias dimensões humanas e cristãs?
  2. Que escolhas fazemos para que a família seja espaço onde crescer em plenitude e graça de Deus?
  3. Que tipo de vínculos familiares, afectivos e religiosos alimentam o crescimento do casal e dos filhos?
PARA O GRUPO FAMILIAR E A COMUNIDADE
  1. Quais são os novos estilos de vida para a família de hoje, entre trabalho e festa?
  2. Quais são as escolhas e os critérios que orientam a nossa vida quotidiana?
  3. Quais são as dificuldades comunicativas e sociais que se devem enfrentar para fazer da família um lugar de crescimento humano e cristão?
  4. Quais são as dificuldades culturais que se encontram na transmissão das formas da vida boa e da fé?

G. Um compromisso para a vida familiar e social

H. Orações espontâneas. Pai-Nosso

I. Canto final 


sábado, 22 de outubro de 2011

"Ajudar casais em crise é obra de misericórdia"



"Ajudar casais em crise é obra de misericórdia" - Afirma um Bispo espanhol

SAN SEBASTIÁN, setembro de 2011 (ZENIT.org) – Os cristãos não podem permanecer indiferentes diante das rupturas matrimoniais e ajudar na reconciliação é uma das maiores "obras de misericórdia" necessárias na atualidade.
Esta foi a mensagem do bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, no último dia 8 de setembro, em uma Missa celebrada na catedral por ocasião da padroeira da cidade, a Virgen del Coro.

O prelado aludiu aos números fornecidos nessa semana pelo Instituto Espanhol de Política Familiar, segundo os quais atualmente 3 de cada 4 casamentos se rompem na Espanha.
Segundo o informe, em 2000, de cada 100 casamentos, produziam-se 47 rupturas, enquanto em 2010, de cada 100 casamentos, 75 acabavam em rupturas.

Em sua homilia, o prelado vasco pediu que não se minimizasse "a tragédia desses números", pois "não se trata de meras estatísticas, já que, por trás destes dados frios se escondem dramas pessoais, vidas repletas de dor e também fracassadas, crianças desconcertadas, futuros incertos".
"Vivemos em uma geração que conquistou grandes cotas de progresso; e não me refiro somente ao progresso tecnológico, mas também a muitas conquistas sociais. Mas, ao mesmo tempo, há um grande salto entre esse progresso técnico-social e a crise espiritual de que boa parte da população padece", afirmou.

Dom Munilla garantiu que a sociedade atual sofre de "uma orfandade moral e espiritual notórias... O materialismo sufocante e a frivolidade generalizada fazem que estejamos mais necessitados de 'mãe' e de 'pai' que nunca".
"De fato, as feridas afetivas são mais frequentes entre nós do que à primeira vista possam parecer – sublinhou. Caberia afirmar que, em nossos dias, esse ser humano que presume falsamente de autossuficiência está mais necessitado que nunca de ser acolhido com entranhas de misericórdia."

Neste sentido, exortou os presentes a um "esforço paciente em prol da reagrupação das famílias rompidas".
"A saúde do casal e a saúde da família estão especialmente necessitadas de 'misericórdia', isto é, da cura das feridas originadas por tantas rupturas – afirmou. Não existe maior ato de misericórdia que lutar pela unidade da família e ajudar o reencontro dos casais separados!"
"Não podemos permanecer com os braços cruzados enquanto nossos familiares, conhecidos e vizinhos fracassam em seus projetos matrimoniais. É importante que, na medida em que consideremos oportuno, nós nos ofereçamos como canais de comunicação."
Também pediu aos políticos "iniciativas que favoreçam a estabilidade da família". "É muito triste que se tenha chegado a identificar o conceito de 'mediação familiar' com os esforços a favor de uma ruptura pactada, ao invés de entender a mediação familiar como uma terapia para superar as dificuldades que colocam em perigo a unidade da família."
Fonte: Zenit.org

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Namorar com os olhos no futuro


Namorar com os olhos no futuro

Para evitar surpresas desagradáveis no casamento
Apesar do tempo de convivência entre os namorados, algumas pessoas se sentem inseguras em assumir o compromisso conjugal com quem se dizem apaixonadas.

Hoje, ninguém é obrigado a se casar por troca de dotes ou porque foi prometido pelos pais conforme seus interesses. Tampouco somos obrigados a assumir um compromisso tão sério, simplesmente porque o nome da pessoa foi "revelado" numa simpatia ou porque "sentimos" que esta é a pessoa que Deus nos tinha reservado como esposo (a).
Eu acredito que a vocação ao matrimônio é uma ação de Deus, mas a escolha da pessoa com quem vamos realizar o cumprimento desse chamado depende exclusivamente de nós. Pois, considerando a plena liberdade concedida por Ele a todos, seria uma incoerência considerar que essa liberdade se exclui quando se tratasse da vocação ao casamento.

Antes de fazer qualquer opção, há a necessidade de o casal identificar  se o (a) namorado (a)  com quem se relaciona o (a) faz feliz na maneira como se vive ainda em tempos de namoro. Para evitar surpresas desagradáveis no casamento, o namoro nos garante um período em que nos empenhamos para descobrir se a pessoa com quem estamos convivendo manifesta sinais de viver um mesmo propósito de uma vida em comum.

Ainda que não tenhamos, neste relacionamento, a certeza de que o (a) namorado (a) será o (a) futuro (a) esposo (a), somos convidados a fazer pequenas renúncias em favor do outro enquanto convivemos.
Para garantir a felicidade almejada, os casais precisam reavaliar seus propósitos, especialmente se percebem que o (a) namorado (a) tem hábitos muito contrários àqueles que consideram importantes para o convívio a dois. Tais como: a espiritualidade ou a completa falta dela; a relutância ao diálogo; a falta de disposição para o trabalho; o descaso com os compromissos ou, em alguns casos, até a falta de cuidados com a higiene pessoal, entre outros. Entretanto, o pior defeito é aquele em que a pessoa não manifesta desejo de viver as adaptações exigidas no relacionamento. Entre elas inclui-se o desinteresse em desenvolver também o hábito da reconquista, pois sabemos que nem somente de beijos e abraços se faz o namoro.
Com os olhos voltados para o futuro do relacionamento, seria um erro alguém se decidir pelo casamento acreditando que depois de casados a pessoa vai viver as mudanças detectadas, as quais precisam ser trabalhadas já nesse tempo.

Alguns namorados assumem o compromisso do casamento, mas insistem em viver tudo aquilo que fazia parte da sua antiga rotina de solteiros. Cedo ou tarde, isso não será fácil de assimilar, pois, na vida conjugal, outras responsabilidades e afazeres vão surgir, exigindo mais atenção e disposição daquele que se mantinha fechado às mudanças.
Se amar é dedicar-se à conquista do outro dia após dia, o casal de namorados precisará aprender a trabalhar também em suas diferenças, assim como nas reivindicações manifestadas pelo outro. Essas e outras adaptações têm como objetivo lapidar aqueles hábitos e/ou comportamento que não agradam ao outro, a fim de que o namoro amadureça. Assim, o casal chegará à conclusão de que aquela pessoa com quem se relaciona traz virtudes que correspondem aos interesses comuns para viver o vínculo do matrimônio.
Temer por ficar solteiro, apegado a comentários a respeito da idade ou coisa parecida ou ainda não falar das coisas que não agradam, simplesmente por medo das reações do outro, não traz crescimento algum para o convívio a dois.

Será um risco para o casamento se o casal, mesmo conhecendo os erros e entraves do namoro, assume, ainda assim, o compromisso conjugal, pois é com essa pessoa – juntamente com todas as suas tendências e vícios que ela traz consigo – que se pretende estabelecer uma família e construir uma vida. 
Um abraço
 
Dado Moura
contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros
Outros temas do autor: http://www.dadomoura.com/
twitter: @dadomoura
facebook: www.facebook.com/reflexoes

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Matrimônios e sacerdotes devem testemunhar o amor de Cristo, exorta o Papa



(ACI/EWTN Noticias) - Ao reunir-se com sacerdotes e famílias da diocese de Ancona (Itália) aonde chegou para encerrar o 25º Congresso Eucarístico Nacional , o Papa Bento XVI alentou os matrimônios e os sacerdotes a darem testemunho do amor de Cristo centrando suas vidas no sacramento da Eucaristia.
O Papa recordou que "ambos os estados de vida aprofundam suas raízes no amor de Cristo (...) e estão chamados a uma missão comum: dar testemunho deste amor e pô-lo ao serviço da comunidade".
Esta perspectiva, continuou o Santo Padre, "permite superar a visão redutiva que considera a família, como mera destinatária da ação pastoral" quando, em troca, "é o lugar privilegiado da educação humana e cristã" e, portanto, "o melhor aliado do ministério sacerdotal".
Por outra parte, "a proximidade do sacerdote à família a ajuda a tomar consciência de sua realidade profunda e de sua missão".
"Nenhuma vocação é uma questão privada e muito menos a do matrimônio, porque seu horizonte é a Igreja inteira. Trata-se de saber harmonizar e integrar (...) o ministério pastoral, com o verdadeiro evangelho do matrimônio e a família para uma comunhão ativa e fraternal. E a Eucaristia é o centro e a fonte desta unidade que anima toda a ação da Igreja".
Bento XVI se dirigiu logo aos sacerdotes e lhes recordou que "pelo dom da ordenação estão chamados a servir como pastores à comunidade eclesiástica, que é 'família de famílias'. Cultivem uma profunda familiaridade com a Palavra de Deus: Ele é sua casa e seu legado. Disto devem ser testemunhas ante as famílias, inclusive nas circunstâncias mais difíceis".
Por isso os exortou a serem "acolhedores e misericordiosos, também com aqueles que mais lhes custem cumprir com os compromissos do vínculo matrimonial e com os que, lamentavelmente, não conseguiram".
Aos casados, o Papa disse que "seu matrimônio se apóia na fé de que Deus é amor e de que seguir a Cristo é permanecer no amor.  Edifiquem suas famílias na unidade, um dom que vem do alto e que alimenta seu compromisso na Igreja e na construção de um mundo mais justo".
"Que seu atuar cotidiano - insistiu logo a todos os presentes- tenha na comunhão sacramental sua origem e seu centro (...) A educação na fé das novas gerações também passa através de sua coerência".
"Sede testemunhas diante delas da beleza exigente da vida cristã" e "para os que estão confiados à sua responsabilidade sejam um sinal da benevolência e da ternura de Jesus: nele se faz visível que o Deus que ama a vida não é alheio ou distante dos assuntos humanos, mas é o Amigo que nunca abandona", concluiu.

Fonte: ACI Digital

Virtudes da família, exemplo para resolver crise

Papa recebe em audiência a Fundação Centesimus Annus

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 20 de outubro de 2011 (ZENIT.org) –

Bento XVI propôs as virtudes da família como exemplo para resolver a crise econômica, ao receber os participantes da jornada "Família, empresa: superar a crise com novas formas de solidariedade", organizada pela Fundação Centesimus Annus.
Durante a audiência, o papa destacou que o mundo do trabalho, da economia e da empresa têm que se guiar pela cáritas, pelo amor, porque "o modelo familiar da lógica do amor, da gratuidade e da doação tem uma dimensão universal".
O pontífice explicou que a justiça comutativa e a distributiva não são suficientes na convivência social.
"Para a verdadeira justiça, é necessária a gratuidade e a solidariedade".
"A solidariedade é todos se sentirem responsáveis por todos; por isso ela não pode ser deixada só nas mãos do Estado".
"Antes, pensava-se que a justiça vinha primeiro e a gratuidade depois, como um complemento, mas hoje é necessário dizer que sem a gratuidade não se consegue nem sequer a justiça".
O papa indicou que "não é dever da Igreja definir as vias para encarar a crise atual". "Porém", prosseguiu, "os cristãos têm o dever de denunciar os males, testemunhar e manter vivos os valores em que se fundamenta a dignidade da pessoa, e promover as formas de solidariedade que favorecem o bem comum, para que a humanidade se torne a família de Deus".
O presidente da Fundação Centesimus Annus, Domingo Sugranyes, explicou que "mesmo nas gravíssimas tensões e incertezas que enfrentamos em nosso trabalho empresarial", a Fundação tenta contribuir com a "nova evangelização de que o mundo moderno precisa urgentemente".
Por isso, anunciou o lançamento de um curso virtual de doutrina social da Igreja, organizado em estreita colaboração com a Universidade Pontifícia Lateranense.
Na segunda jornada da conferência de dois dias, em 14 de outubro, os debates se desenvolveram de maneira especialmente viva, com experiências pessoais sobre temas como o assistencialismo, benefícios sociais, mercado, produtividade, solidariedade, empresas sociais, sempre cotejados com a doutrina social da Igreja.
O reitor de Ciências Políticas da Universidade Católica de Milão, Alberto Quadrio Curzio, explicou a ZENIT que "às vezes há equívocos porque cada um de nós tem uma experiência pessoal de vida concreta". "O aluno tende a exagerar o que faz, e nem sempre se dá conta de que a vida cotidiana é mais complexa. O empresário, por sua vez, insiste no seu próprio negócio".
Devem-se focar "os valores comuns, que devemos não só viver, mas aprender a comunicar partindo da nossa experiência".
Para o reconhecido economista, o ápice do congresso foi "a natureza polivalente da solidariedade: dentro da família, também quando ela se enfraquece, podemos reconstruí-la participando em comunidades mais amplas de solidariedade, em formas associativas".
O congresso destacou a Centesimus Annus, que vê a empresa como uma comunidade e a comunidade familiar como modelo para a empresa.
Os participantes apontaram que os bens econômicos devem ficar em função do trabalho e da pessoa, visão que a encíclica Caritas in veritate aprofunda, propondo a lógica da gratuidade e do dom, não como filantropia, mas como relação de responsabilidade e solidariedade em que todos devem sentir-se responsáveis por todos.