"Poderíamos aqui meditar sobre como seria saudável também para a nossa sociedade atual se num dia as famílias permanecessem juntas, tornassem o lar como casa e como realização da comunhão no repouso de Deus" (Papa Bento XVI, Citação do livro Jesus de Nazaré, Trad. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ, São Paulo: Ed. Planeta, 2007, p. 106)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A vida familiar de Santa Teresa dos Andes



Santa Teresa de Jesus dos Andes morreu no 12 de abril de 1920, dia de seu nascimento no céu (dies natalis). Neste aniversário de sua Páscoa celeste, partilhamos um breve resumo de sua vida familiar que foi publicado no site oficial do Santuário dedicado à sua memória, no Chile (www.teresadelosandes.org):

"Aquela que, mais tarde, será chamada de Teresa dos Andes nasce em Santiago do Chile o 13 de julho de 1900. Filha de dom Miguel Fernández Jaraquemada e de dona Lucia Solar Armstrong, recebe o batismo com o nome de Juanita.

Juanita nasce numa família relativamente rica. O avô paterno de Juanita era originário de La Rioja (Espanha). Seu avô materno, dom Eulogio, tinha em Chacabuco, a sessenta quilômetros ao norte de Santiago, uma fazenda muito grande onde reunia freqüentemente a sua famíla.

Juanita passou numerosas férias neste lugar que gostava muito. Muito jovem aprendeu a montar a cavalo. Verdadeira amazona, gostava de galopar pela fazenda até os arredores da cordilheira dos Andes.

Os irmãos de Juanita eram: Lucita, Miguel, Luis (Lucho), Juana (falecida poucas horas depois do seu nascimento; Juanita recebeu seu nome), Rebeca e Ignacio. Juanita estava particularmente ligada a seu irmão Lucho e a Rebeca, sua inseparável irmã menor.

Muito cedo, Juanita se sentiu atraída pelas coisas de Deus. Gostava de acompanhar Ofelia (a serva que cuidava dela) à igreja. Um dia, estando em Chacabuco, tomou a mão dum sacerdote amigo da famíla e lhe disse:
"Padrezinho, vamos ao céu!".
Tendo saído da casa, o sacerdote lhe perguntou:
"Então, Juanita, por onde se vai ao céu?"
Juanita respondeu:
"Por aí", apontando com seu dedo a cordilheira dos Andes.
O sacerdote lhe disse:
"Depois de ter escalado estas montanhas muito altas, ainda estarás muito longe do céu. Não, Juanita, este não é o caminho do céu. Jesus no sacrário é o caminho real para chegar ao céu."

Mas Juanita não tem um caráter fácil. É vaidosa, não gosta de obedecer, se irrita freqüentemente e chora por nada. Com o auxílio da graça de Deus, especialmente da eucaristia, Juanita conseguirá progressivamente vencer seus defeitos e dominar-se.
Em 1906, um terremoto sacude a cidade de Santiago. Juanita escreve em seu Diário que foi nessa época que Jesus começou a tomar seu coração.

Em 1907, o avô de Juanita morre santamente. Sua mãe, dona Lucia, recebe em herança uma parte da fazenda de Chacabuco. Dom Miguel, seu pai, dirige os negócios da fazenda. No mesmo ano, Juanita entra como externa em Santiago no colégio das Irmãs do Sagrado Coração de Santa Madalena Sofia Barat.

Foi seu irmão Lucho que ensinou Juanita a oração do rosário. Ambos prometeram rezá-lo todos os dias, promessa que Juanita cumpriu até o fim de sua vida (uma só vez, confessou ela, o esqueceu quando era muito pequena):
"Nosso Senhor, a partir daí, se pode dizer, me tomou pela mão com a Ssma. Virgem."

Juanita teve muito cedo um desejo grande de fazer sua primeira comunhão. Perguntava freqüentemente quando poderia fazê-la, mais lhe diziam que era demasiado pequena. Então Juanita pedia que lhe ensinassem a fazer comunhões de desejo. Finalmente, recebeu a licença de fazer sua primeira comunhão e quis preparar-se pela confissão, a oração e a oferenda a Jesus de numerosos pequenos sacrifícios.
"Por um ano me preparei. Durante esse tempo a Virgem me ajudou a limpar meu coração de toda imperfeição."
Fez sua primeira comunhão em Santiago em 11 de setembro de 1910, dia que a marcou profundamente por toda sua vida (como conta no seu Diário). Ela comungará cada dia, na medida do possível.

Durante o ano 1915, Juanita entra no internado do colégio do Sagrado Coração com sua irmã Rebeca. Sofre por ter que deixar sua família que ama muito. Contudo, compreende que o Senhor a prepara deste modo à grande separação quando ela entrar no Carmelo. Juanita gosta do ambiente do colégio que lhe permite viver uma vida cristã fervorosa.

Em agosto de 1918, Juanita deixa o colégio para voltar à casa de seus pais e substituir sua irmã Lucita que acabou de casar-se. Se dedica cada dia e aceita todo sacrifício pela felicidade dos seus.
"Não sabia que a vida doméstica era uma vida de sacrifício... me está servindo de preparação para minha vida religiosa". Seu irmão Lucho disse que Juanita era "a jóia da casa".
Juanita escreve no seu Diário:
"Esmerar-me-ei em construir a felicidade dos demais. Minha resolução é sacrificar-me por todos".

Ao mesmo tempo que tem uma vida espiritual intensa, Juanita vive como uma jovem de sua época: gosta de estar com sua família e encontrar suas amigas; gosta do esporte, particularmente da equitação e do tênis que descobre com paixão. Gosta da beleza do mar e das montanhas. O humano e o sobrenatural formam nela uma síntese harmoniosa e unificada. Tem uma contemplação muito profunda do mistério de Deus na oração e, ao mesmo tempo, é natural e comunicativa com os demais. Embora sofra por causa da sua saúde fraca e das purificações da graça de Deus no seu coração, está alegre e gosta de brincar.

Em janeiro de 1919, visita pela primeira vez o Carmelo de Los Andes. Recebe aí a confirmação de que Deus a chama a entrar nesse lugar.Dia 25 de março de 1919, escreve uma carta magnífica a seu pai para pedir-lhe licença para entrar no Carmelo. Lhe diz que desde sua infância buscou a felicidade, mas entendeu que só Deus podia fazê-la plena e definitivamente feliz. Deseja pertencer totalmente a Deus numa vida consagrada à oração e à penitência.

Comovido, seu pai chora e lhe da licença. A partir desse momento, Juanita experimenta em seu coração a maior alegria e o maior sufoimento: alegria de poder consagrar-se totalmente a Cristo, que a atrai com tanta força, e sofrimento de deixar o seus tão queridos que sofrem muito por causa da separação.

Entra no Carmelo de Los Andes dia 7 de maio de 1919 e recebe o nome de irmã Teresa de Jesus."

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